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sábado, 16 de janeiro de 2010

Minha liberdade
Minha liberdade

Dentre o que posso te oferecer

Te ofereço minha liberdade

Ainda tímida, recém saída

Do invólucro da invisibilidade

Que a mantinha prostrada

Débil , escondida



Te ofereço meus sentimentos inacabados

Ainda não burilados

Em minhas portas e janelas

Há muitas crenças abauladas

Muitas vontades

Em becos fétidos guardadas



Preciso sorver a essência da amenidade

O brilho tenaz da humildade

Não há sapiência

Na vaidade

Não há vida

Sem verdadeira serenidade



Interessa-me a alma

Despretensiosamente vestida

Quero trocar o casaco de pele

Pela blusa velha , puida

Leve e despojada

Num encontro decisivo com o nada



Calço a consciência

Com chinelos surrados

Desafrouxo os cintos apertados

Deixo os pés descalços simplesmente

Ainda que por um evaporável instante

Do meu caminhar errante

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